Pão e vinho.
Pão e vinho.
FlávioMPinto
Uma das combinações mais famosas , historicamente, é o pão com vinho. Desde os tempos bíblicos, da Santa Ceia, sua presença no mundo é uma constante. Muito antes como alimento.
Marca profundamente o pensamento e condutas cristãs, particularmente na Semana Santa cristã..
O “corpo e o sangue de Cristo” acompanham a liturgia da missa católica e fazem dela uma reprodução dos últimos momentos na Terra do Filho de Deus. É um dos mais fortes momentos da mística cristã, momento eterno da Santa Ceia, a última feita por Cristo com seus apóstolos.
Recordando uma passagem da Santa Ceia, referindo-se a Jesus Cristo, de acordo com as Escrituras:
“Tomando o pão, partiu-o e o deu a seus discípulos e dizendo:” Tomai e comei; este é o meu corpo; que vai ser dado por vós” E com o cálice cheio de vinho, ofereceu-lhes, dizendo: “Bebei, este é o sangue do Novo Testamento, que vai ser derramado em vosso benefício.”
O pão e o vinho na Santa Ceia são mais que um símbolo. É a presença real e verdadeira de Cristo junto do seu povo, para perdão vida e salvação.
Os franceses, também um povo muito religioso e cristão, fazem dessa dualidade, o pão e o vinho, parte de sua cultura.
Assim também como os portugueses, que, na ilha dos Açores, na sétima semana após a Páscoa, realizam o “bodo”, um cortejo religioso, que inclui refeições com pão, vinho de cheiro( vinho típico local feito de uvas americanas), cozido e “sopa do Espírito Santo”, uma sopa feita com pão umedecido com caldo de carne feito também com vinho de cheiro, hortelã e outros temperos.
O pão e o vinho, sobretudo na antiguidade, foram a comida e bebida mais comum para muitos povos. Cristo, ao instituir a Santa Ceia, se serviu dos alimentos mais comuns para simbolizar sua presença constante entre e nas pessoas arrependidas, de fé e boa vontade.
Se estudarmos as Escrituras, descobriremos que o pão simboliza as necessidades básicas da vida humana. É o sustento da vida. Por seu turno, nas orações cristãs, o pão diário refere-se as nossas necessidades terrenas. O pão da santa Ceia relembrada nas missas , nos recorda a absoluta necessidade de nossa vida espiritual.
Já o vinho nas Escrituras, simboliza a luxúria, abundância, banquete, gordura, prosperidade, abundância, alegria e satisfação (Dt. 28:51; Sl. 104:15; Is. 55:1; Joel 3:18). Ele representa aquilo que está acima e além das necessidades da vida, que torna a vida mais que mera existência, que dá satisfação e regozijo.
O vinho da ceia do Senhor, portanto, simboliza o fato que Cristo não é apenas a necessidade básica da nossa vida espiritual, mas a gordura, prosperidade e alegria dela também. Ou, para colocar de uma forma diferente, o vinho nos lembra que, Deus em Cristo, nos dá o que precisamos, mas além disso, sempre nos dá "muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos" (Ef. 3:20). Deus é deveras rico em misericórdia e cheio de bondade para com o seu povo.
Esses dois elementos da ceia do Senhor, tomados juntos, nos lembram uma vez mais que Cristo é tudo.
E assim recomenda, S.Paulo em relação ao banquete eucarístico, o posicionamento em relação áqueles dois símbolos:
“... - Portanto, sempre que comerdes este pão e beberdes este cálice, anunciais a morte do Senhor até que Ele venha. E, assim, todo aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor, indignamente, será réu do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, cada qual a si mesmo e, então, coma desse pão e beba desse cálice. Aquele que come e bebe, sem distinguir o corpo do Senhor, come e bebe a sua própria condenação.(1 Cor.11,26-29).”
O pão e o vinho, portanto, são emblemáticos para a civilização cristã. Símbolos do que há de mais nobre e significativo na doutrina cristã, no seu momento mais solene.
João Pessoa, 23 de setembro de 2024
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