Um blend padrão para a região da Campanha Gaúcha 

By FlávioMPinto 


As regiões mais importantes do mundo vitivinícola possuem um blend,  ou uva num varietal,  que a identifica. Cada vinicultor faz o vinho a seu critério. A mesma uva pode ser vinificada de mil e uma forma gerando produtos bem distintos. 

Em Bordeaux reina o blend Cabernet Franc, Merlot e Cabernet Sauvignon, o conhecido blend bordalês, e todos os vinhos giram em torno dessas uvas; no Vale do Rhône, a Syrah lidera num blend com a Viognier, embora existam outros blends famosos como o de Avignon, o Châteuneuf-du-Pape. 

No Pomerol, a dona do pedaço na margem direita do Garône é a Merlot , e na margem esquerda a Cabernet Sauvignon. Na Champagne, a Chardonnay é a rainha-mãe do mais famoso espumante. Temos ainda a Sauvignon Blanc dando as cartas no Vale de la Loire.

Na Itália, no Vale de Vêneto ora a Barbera que faz o vinho com seu nome ou o Barbaresco, ou as que compõem o blend histórico do Amarone della Valpolicella, e também o feito com a Sangiovese Grosso, um clone, gentilmente chamada de Brunello pelos vinicultores de Montalcino. 

O que define  o nome é o terroir e não distinção fantasia. 

A região da Campanha Gaúcha, que vai da fronteira com o Uruguai de Uruguaiana a Bajé, já apresenta evidentes qualidades, que dão personalidade a seus vinhos. Notadamente os tintos, com destaque abrangendo as cidades de Sant’Ana do Livramento- Dom Pedrito- Rosário do Sul- São Gabriel, um eixo de aproximadamente 100 por 40 Km, de uma terra repleta de colinas verdejantes, o Pampa gaúcho, onde parreirais estilo espaldeira estão substituindo o gado.

A tipicidade é evidenciada na evolução na taça, muito diferenciada , por duas camadas de sabores nos tintos, dos terroirs de Palomas  e Encruzilhada do Sul. 

As uvas que mais se destacam, por sua aceitabilidade no cultivo, são as tintas  Cabernet Sauvignon, a Merlot e a Tannat, que compõem um blend espetacular, com potência ao mesmo tempo com maciez e personalidade.

Um blend que demarca terreno em definitivo. Mas as brancas também dão o ar de sua graça e competência com a Chardonnay, a Sauvignon Blanc e a Viognier. 

A medida que avança o reconhecimento por uma Denominação de Origem ou  Procedência, é natural que surja algo que caracterize o terroir, como sua mais legítima representação. E essa seria uma uva, um vinho varietal ou blend e as três tintas citadas acima, já se apresentam por sua aceitabilidade nos terroirs pampeiros. E as brancas seguem o rastro por sua qualidade apresentada nos produtos. 

A análise sensorial nos dá o caminho para apontarmos a tipicidade de um vinho, separando os de melhor qualidade da vala comum. 

Esta característica foi apontada, já  na primeira avaliação por sensoriamento remoto por satélites feito na década de 70 passada, feita pela Universidade da California na região da Campanha Gaúcha.  



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