OS VINHOS BRASILEIROS EM 2021
OS VINHOS BRASILEIROS EM 2021
by FlávioMPinto
Acabei de escrever dois artigos, um -Os 50 melhores vinhos brasileiros para degustar antes de morrer e o outro, ante a reclamações, Os 70 melhores vinhos brasileiros em torno de 50 reais.
O que descobri de vinhos, na pesquisa e em degustações, foi uma grata surpresa, que ultrapassou em muito as minhas expectativas.
Da relação dos 50 poderiam entrar, tranquilamente, mais uns 15 e uns 30 na relação dos 70.
A minha constatação foi a lógica do aumento da qualidade dos vinhos nacionais, se bem que é o meu gosto e minha percepção. Única e exclusiva!
Descobri além dos vinhos, terroirs que desconhecia produzindo vinhos de qualidade internacional. Vou citar aqui a Vinícola Cárdenas, de Mariana Pimentel , a cavaleiro da BR 116 e bem próxima e vizinha a noroeste da Lagoa dos Patos no RS e a Capoani, do Vale dos Vinhedos.
Não se destaca um tipo de vinho, e tanto brancos como rosées, se enchem de medalhas nos concursos de avaliação de toda espécie mundo afora.
A cultura de uvas finas é de pouco mais de 50 anos e, já surgem no horizonte, produtos de tal qualidade, descobrindo-se terroirs significativos até então desconhecidos, como esse da Cárdenas e os da região de Campos de Cima da Serra, também no RS.
Aqui não feito um projeto estatal estratégico governamental como no Chile a uns 40 anos. O desenvolvimento foi feito por produtores empreendedores independentes, mas em muitos casos, a EMBRAPA entrou com sua expertise, numa parceria de sucesso.
A região da Campanha-RS não é mais surpresa e sim uma grata realidade desbravada partir da década de 1970/ 80 passada, agora estendendo suas vinícolas para sudeste e centro do Estado com os terroirs da Campanha Ocidental e Meridional, e a Serra do Sudeste, tornado-se a segunda produtora em volume.
A geologia e o clima diferenciado, particularmente das regiões da Campanha e Serra do Sudeste, permitem o cultivo com sucesso de todo tipo de uvas, originando vinhos espetaculares, que surpreendem.
No sul de Minas surge uma nova forma de colheita, para atender as ingerências do clima, permitindo o que se chama, hoje, de Dupla poda, no cultivo em especial da Syrah.
Em Santa Catarina, ao cultivo em regiões de altitude está gerando vinhos brancos muito distintos.
Surgem bons vinhos também no nordeste, em arredores do Vale do São Francisco, com destaque também para a Syrah. Aqui, neste caso com forte apelo de técnicas agrícolas de ponta contando com irrigação perene.
A produção acompanha o consumo com uma aceitação um pouco reticente dos consumidores, que olham com desdém os vinhos nacionais. Os espumantes, conquistando inúmeros prêmios mundo afora estão vencendo essa barreira e já alçaram voo mundial.
Eu, particularmente, credito a dois fatores esse sucesso: a escolha da uva Moscatto e a confecção no estilo Brut, que praticamente impede do espumante dessa uva, no desenrolar da degustação, ficar adocicado e enjoativo, mantendo o frescor e jovialidade.
Por detrás desse processo evolutivo, estão competentes enólogos elevando a qualidade dos nossos vinhos.
Paralelamente com as características de vinhos do Novo Mundo, jovens e mais alcoólicos, já estão surgindo vinhos de guarda em todos os estilos e tipos de uvas.
O leque de opções na escolha da cepa aumenta com o surgimento com sucesso de cepas diferentes das tradicionais, como Teroldego, Arinarnoa, Petit Verdot, Alicante Bouschet, Touriga Nacional, Tempranillo, de grande sucesso em climas e geologias distintas das nossas.
No entanto, dois inimigos comerciais ferozes no horizonte: os chilenos, argentinos e uruguaios, que trazem seus vinhos sem pagar imposto e o governo federal, que adiciona quase 60% de impostos aos nacionais! Uma verdadeira concorrência desleal!
Mesmo com a falência de c centenas de pequenas vinícolas no RS, a capacidade produtora brasileira foi colocada á prova melhorando, não só os processos de produção como desenvolveu toda cadeia produtora, permitindo, que esses óbices, fossem transformados em incentivo para avanços significantes, considerando que o cultivo e produção de vinhos finos, em larga quantidade, no Brasil tem pouco mais de 50 anos.
A qualidade dos vinhos brasileiros prossegue aumentando em velocidade geométrica, como querendo recuperar tempo.
Um belíssimo futuro nos espera nessa área.
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